Emissora precisou tirar programa do ar após apresentador ter fala problemática
06/03/2024 às 12h00
Com piadas que não eram mais aceitas por todos, o programa teve ser fim decretado em 2015 e nunca mais foi retornado
Em 2008, quando do início do programa Custe o Que Custar (CQC), a Rede Bandeirantes apostava num formato que era sucesso em outros países. O conteúdo investigativo, salpicado de humor e focado no serviço à população, fez do CQC um sucesso em seus primeiros anos. Dali brotaram alguns talentos até então desconhecidos do público brasileiro. Destaque-se Monica Iozzi e Danilo Gentili, que comanda seu próprio programa de talk show no SBT.
De 2008 a 2015, o mundo mudou. Os gostos da audiência se adaptaram. E a crise dos veículos de comunicação se agravou. Em vista disso, a Band anunciou a exclusão do CQC em sua grade de programação para 2016. Em comunicado, a emissora declarou que o programa passaria por um “ano sabático”, para retornar somente em 2017. Mas isso não aconteceu.
O declínio
Enquanto sustentado pela proposta de investigação, o CQC teve êxito. Revelou mazelas gravíssimas, especialmente as relacionadas ao poder público. Nos últimos anos, todavia, a despeito da reforma que tirou Marcelo Tas da bancada e colocou o ator Dan Stulbach no lugar, o programa caiu demais em qualidade. Passou a apostar exclusivamente na polêmica como forma de conquistar o público. Além disso, as edições começaram a ditar o ritmo das reportagens.
Um dos fatores que prejudicaram a atração, de acordo com análises da imprensa, foi a fatídica piada feita por Rafinha com o bebê de Wanessa Camargo, em 2011, causando a suspensão e posterior demissão do humorista.
“O CQC acabou porque perdeu a relevância”, avalia Maurício Meirelles, que trabalhou como repórter da atração por quatro anos. “Quando o CQC deixou de ser tão relevante nas mídias sociais eu percebi que ali havia um problema. Embora nossa audiência nunca tenha sido grande, tínhamos uma forte presença no meio digital. As pessoas comentavam o que fazíamos. E isso parou de acontecer. Não sei se é porque deixamos de fazer matérias sobre política, ou se é porque investimos mais em festas com famosos”, comentou.