Demitido de maneira humilhante, astro de Travessia jurou nunca mais pisar em emissora

Ator que integrou o elenco de Travessia, foi para outra emissora e após demissão jurou nunca mais pisar no canal

Antes de se destacar em Travessia, telenovela das nove recentemente exibida pela Globo, Nando Cunha passou por várias situações desconfortáveis enquanto estava atuando em As Aventuras de Poliana.

Na história produzida pelo SBT, ele interpretava Ciro, um motorista de caminhão que, apesar de estar sempre de bom humor.

Enfrentava dificuldades financeiras ao lado da família: a esposa Gleyce (Maria Gal) e os filhos Kessya (Duda Pimenta) e Jeff (Vitor Britto).

Contudo, o personagem saiu de cena de forma trágica, morrendo após ser atingido pelo desabamento de um teto. Contrariado, o ator tornou pública a sua insatisfação com a produção da emissora.

A primeira reclamação foi em relação ao texto da autora Íris Abravanel (foto abaixo), que, nas palavras do artista, era fraco demais e estava cansando o público.

“Falta um arco dramático maior, aprofundar os personagens, as tramas… Fazer uma conexão de um capítulo para o outro”, criticou. “As pessoas que me abordavam na rua comentavam: ‘Ah, a novela está monótona, a novela saturou’… Não há um gancho, uma trama para seguir, sabe?”, completou.

Ele ainda destacou o fato da história focar muito no núcleo infantil, deixando o elenco adulto em segundo plano.

“Novela é novela, mas, por vezes, concentra-se demasiadamente nas crianças. Os protagonistas são elas”, criticou o ator em e-mail enviado ao site Notícias da TV em maio de 2019.

O ator também reclamou que o texto da escritora era conservador, difundindo os valores defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro, sem abordar temas como diversidade de gênero e raça.

Nando Cunha em Travessia (Foto: Reprodução/Globo)

O artista fez duras criticas

“Eu vejo um texto extremamente de direita. Eles querem transmitir a história de uma família conservadora tradicional brasileira e temas dessa nova onda, e não mostram a diversidade. Conservadorismo é o pensamento do SBT, do Silvio Santos e do presidente, que é amigo dele”, criticou.

As queixas não pararam por aí: o ator reclamou de assédio e discriminação racial, que teria partido de uma produtora de elenco, cuja identidade não foi revelada.

Dessa forma, ainda disse que a emissora não ajudava a cobrir os custos de deslocamento entre o Rio de Janeiro, onde ele morava, e São Paulo, e hospedagem.

Contudo, para completar, Nando descobriu, durante uma conversa via WhatsApp com colegas do elenco, que ele seria demitido.

“Alguém postou no grupo que meu personagem havia morrido. Eu fiquei sabendo assim (que sairia da novela). Para você ver como são as relações lá dentro”, disse.

“Depois um diretor veio falar comigo e disse: ‘A casa não quer mais renovar com você’. Eu falei: ‘Tudo bem’. Ele disse: ‘Mas nós vamos dar um final digno para o seu personagem’. O fim digno foi um teto caindo na cabeça dele”, criticou o ator.

Que classificou sua demissão da novela como algo libertador e ressaltou que jamais voltaria a trabalhar no SBT, mesmo se recebesse um novo convite.

Após esse episódio, o ator deu a volta por cima: esteve em Bom Sucesso, na Globo, e Gênesis, na Record. Em maio, encerrou sua participação em Travessia, interpretando o simpático garçom Joel.

Ao mesmo tempo, acabou premiado como melhor ator no Los Angeles Brazilian Film Festival. Mais do que merecido!

Nando Cunha em novela (Foto: Reprodução/ Internet)