Apresentador abandonou a Globo em meio a escândalo por quebrar regras fundamentais da emissora

Um apresentador se demite da Globo após violar os valores da emissora. Entenda o que aconteceu e como foi descoberto

Dony De Nuccio, economista que também desempenhou as funções de jornalista e apresentador, esteve à frente do Jornal Hoje, da Globo, entre 2017 e 2019. Durante esse período, De Nuccio se destacou no jornalismo, mas acabou solicitando sua demissão em 2019 após vir à tona que sua empresa mantinha contratos com instituições bancárias, uma prática que conflitava com os princípios editoriais da emissora onde trabalhava.

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Em sua carta de demissão, Dony De Nuccio esclareceu que, embora sua empresa tivesse contratos com os bancos, ele não estava diretamente envolvido na negociação de valores, focando-se apenas no desenvolvimento de projetos e na produção de conteúdo.

Esta situação gerou controvérsia, pois, em 2019, informações divulgadas pelo colunista de TV Daniel Castro revelaram que De Nuccio havia lucrado R$7 milhões em uma negociação com um banco específico, e que outro contrato da sua empresa poderia render mais de R$60 milhões.

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Dony De Nuccio iniciou sua carreira na GloboNews em 2011, onde apresentou programas como Conta Corrente e Jornal das 10, além de participações no Jornal Nacional e no Fantástico. Contudo, suas atividades empresariais violaram duas normas editoriais da Globo. A primeira proíbe que apresentadores e jornalistas da emissora cedam sua imagem sem autorização prévia da empresa.

Dony De Nuccio no Jornal Hoje (Foto: Reprodução)

De Nuccio infringiu essa regra ao aparecer em vídeos institucionais de sua empresa elogiando os serviços de um cliente bancário e interagindo com executivos da instituição.

Outra infração

A segunda infração cometida pelo jornalista relaciona-se à proibição de que jornalistas da emissora tenham investimentos em Bolsa de Valores ou realizem negociações com instituições bancárias. Essa regra busca evitar conflitos de interesse que possam surgir caso um jornalista utilize sua influência para beneficiar seus interesses pessoais no âmbito financeiro.

Na sequência dos acontecimentos, Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo, interpretou a carta de demissão de Dony De Nuccio como um indício de que as violações não foram intencionais.