Da fama à rua: Astro que se destacou com Faustão enfrentou realidade dura como morador de rua

Um antigo astro que um dia brilhou no palco com Faustão enfrentou uma realidade completamente diferente, vivendo como morador de rua

Durante sua exibição, o “Domingão do Faustão” foi um palco para a exposição de talentos diversos, tanto de figuras já estabelecidas no cenário artístico quanto de novos talentos emergentes. Essa tradição de descobrir e promover artistas foi uma característica marcante do programa de Fausto Silva na Rede Globo, e continuou no “Faustão na Band”.

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Entre esses talentos estava Charles da Flauta, um flautista prodígio cujas habilidades impressionaram não apenas o apresentador mas também o público, angariando uma legião de fãs. Contudo, a trajetória do músico tomou um rumo lamentável, culminando em sua associação com a Cracolândia.

Percurso profissional

Charles iniciou sua carreira musical aos dez anos, interpretando chorinho ao lado de seus irmãos. Na ausência da mãe e sob a tutela de um pai que visava capitalizar o talento musical da família, Charles conquistou notoriedade.

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Essa visibilidade inicial levou Charles da Flauta a gravar um álbum e a fazer aparições em diversos programas de televisão, incluindo os comandados por personalidades como Jô Soares, Xuxa, Hebe Camargo, além de ser tema de uma reportagem de Gloria Maria no “Fantástico”.

No auge de sua carreira, Charles teve o privilégio de dividir o palco com renomados músicos, como o pianista Arthur Moreira Lima, o saxofonista Paulo Moura e o flautista Altamiro Carrilho, que expressou admiração pelo talento do jovem músico.

 

Desafios e adversidades

Entretanto, a fase de sucesso foi sucedida por um período de adversidades, com Charles enveredando para o consumo de substâncias ilícitas. Em uma coluna do jornalista Gilberto Dimenstein, publicada na “Folha de S. Paulo” em 24 de março de 2008, foi revelado que Charles havia desenvolvido dependência de crack.

Charles relatou ao colunista seu desencanto e isolamento: “As pessoas pensavam que eu estava fora do Brasil e deixaram de me procurar. Fiquei desanimado, comecei a não ir mais para a escola e a usar drogas. Experimentei crack e me perdi”.

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A matéria também detalhou as condições precárias em que Charles da Flauta vivia, refugiado em uma espécie de abrigo improvisado sob o Elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão, em São Paulo, enfrentando problemas graves de saúde como queimaduras causadas pelo uso de crack e tuberculose.

Recuperação e esperança

Em uma reviravolta de sua história, Charles foi encontrado pela equipe do “Domingo Show”, apresentado por Geraldo Luís na Record, em 2017. Nessa ocasião, ele compartilhou suas experiências com a dependência química e as decepções que enfrentou, incluindo a exploração por terceiros e o impacto emocional da morte de sua mãe.

“Decepção comigo mesmo. Eu podia estar em outros palcos. Não posso culpar ninguém, a culpa está em mim. Preciso me encontrar”, afirmou Charles, evidenciando sua busca por autoconhecimento e superação.

Geraldo Luís conseguiu convencer Charles a buscar ajuda em uma clínica de reabilitação, um passo que o músico aceitou. Após um período de tratamento, ele retornou ao “Domingo Show” para mostrar seu progresso, emocionando ao reencontrar sua esposa e filhos. Desde então, Charles não tem feito aparições públicas na televisão, deixando seu futuro artístico em aberto.