Ator se recusou a deixar novela da Globo e faleceu logo depois travar dura batalha contra a leucemia
11/07/2024 às 23h38
O ator era conhecido por participar de diversas produções da Globo e atuar ao lado de grandes nomes da teledramaturgia brasileira
Há 20 anos, morria um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, criador de personagens marcantes na Globo na televisão, no teatro e no cinema.
Nascido em São Paulo, em 19 de abril de 1930, Armando Nassif Bógus, ou como era conhecido por todos Armando Bógus.
Em suma, seu primeiro papel como ator profissional foi em 1955, em uma produção do Teatro Maria Della Costa chamada “Moral em Concordata”, de Abílio Pereira de Almeida.
Trama que viria a se tornar seu primeiro filme, no ano 1959. Desde então, atuou em mais de 30 novelas e minisséries, 12 longa metragens e 20 espetáculos teatrais.
Contudo, o primeiro papel de destaque de Armando foi João Grilo, em “O Auto da Compadecida” (1957), de Ariano Suassuna, com direção de Hermilo Borba Filho. Então, no ano seguinte, ele funda o Pequeno Teatro de Comédia ao lado de Antunes Filho.
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Assim, a companhia foi responsável por grandes sucessos da carreira de Bógus, como “Alô…36-5499” (1958), também de Abílio. “Pic-Nic” (1959), de William Inge; e principalmente “Plantão 21” (1959), de Sidney Kingsley, grande sucesso de público e crítica.
O ator fez parte de grandes sucessos
Dessa forma, em 1969, também sob o comando de Ademar Guerra, Armando Bógus integrou o elenco da primeira montagem brasileira de “Hair”.
O ousado espetáculo estreou em plena vigência do AI-5, no período de maior repressão da ditadura militar no Brasil.
O musical fez temporada no Teatro Bela Vista, em São Paulo, e reuniu nomes como Aracy Balabanian, Sonia Braga, Ivone Hoffman e Ricardo Petraglia.
Também, ainda na década de 60, o grande ator da Globo iniciou sua carreira teledramatúrgica na TV Excelsior, com a novela “A Outra Face de Anita”.
Sua entrada na TV ficou marcada pela interpretação de inúmeros galãs, o que tornou Bógus conhecido em todo o Brasil.
Assim, em 1972, integrou o elenco da primeira versão do infantil “Vila Sésamo”, exibido na TV Cultura e posteriormente na Rede Globo. Na emissora carioca viveu o eterno Nacib de “Gabriela” (1975); o austero Estevão, de “O Casarão” (1976).
Licurgo Cambará, na minssérie “O Tempo e o Vento” (1985); o esperto Modesto Pires em “Tieta” (1989) e o vilão Cândido Alegria, em “Pedra Sobre Pedra” (1992), sua última telenovela.
O ator lutou contra o câncer
No cinema, ele também foi presença constante nas décadas de 70 e 80 em filmes como “A Compadecida”, no qual dividia a cena com Regina Duarte. “Anuska, Manequim e Mulher”; “O Cortiço”; “Doramundo”; “Paula, a História de uma Subversiva”; “Teu, Tua” e “Os Campeões”.
Então, em 1975, Bógus interpretou um de seus maiores sucessos no teatro, na peça “Bonifácio Bilhões”, de João Bethencourt.
Ao lado de Lima Duarte, ficou em cartaz durante mais de dez anos, parando apenas com o início de “Roque Santeiro” – novela em que os dois trabalharam juntos.
Em 1992 o ator acabou escalado para viver o antagonista de Pedra Sobre Pedra. O vilão Cândido Alegria acabou visto pelo ator como um grande presente do escritor Aguinaldo Silva.
No entanto, não foi nada fácil para Armando Bógus gravar Pedra Sobre Pedra. O ator foi diagnosticado com leucemia e passou a travar uma dura batalha contra a doença em meio as gravações.
Armando Bógus morreu dia 2 de maio de 1993, em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês. Depois de ficar dois meses internado fazendo um tratamento contra câncer, faleceu em decorrência de complicações de uma Leucemia.