Ator se revoltou com papel pequeno em novela e pediu demissão da Globo para nunca mais voltar
24/02/2023 às 15h00
Ewerton de Castro não se conformou com papel de “figurante” em novela e pediu para deixar a Globo
O ator Ewerton de Castro, com mais de 30 anos de carreira na televisão, sentiu-se desvalorizado com o papel que lhe foi oferecido na novela “O Quinto dos Infernos” em 2002 e decidiu deixar a produção, criticando duramente a Globo. Ele considerou uma falta de respeito ser convidado para participar de uma produção como um mero figurante.
Ewerton iniciou sua carreira na TV na versão da Band de “Sítio do Pica-Pau Amarelo” entre 1967 e 1969. Ele também atuou na extinta TV Tupi, participando de várias produções.
Em 1979, Ewerton se juntou à Globo e atuou no seriado “Malu Mulher”. Ele também pôde ser visto em outras produções da emissora, como “Eu Prometo” (1983), “Roque Santeiro” (1985), “O Outro” (1987) e “Vida Nova” (1988).
Desde sua aposentadoria em 2010, Ewerton de Castro se afastou dos holofotes, mas ainda guarda grande mágoa por seu último trabalho na Globo. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele expressou sua insatisfação: “Não fui respeitado artisticamente. Meu personagem não tinha falas e nunca era enquadrado pela câmera. Eu não esperava que eles me chamassem, um profissional com 34 anos de carreira, para fazer praticamente uma figuração”.
Ator deixou a emissora após revolta
Quando questionado sobre a reação da Globo ao seu pedido de demissão, ele respondeu: “Perguntaram-me inúmeras vezes se eu tinha certeza do que estava fazendo. A relação entre a Globo e os atores é tão injusta que, quando alguém diz não, eles dizem que não ouviram direito. Eles não acreditam que alguém não queira trabalhar lá. Sabem que há uma fila na porta implorando para entrar a qualquer preço”.
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Para o ator, a postura da emissora em não se importar com sua demissão prejudica o mercado de teledramaturgia: “A Globo está mal acostumada. Acaba prejudicando o mercado. Eles pensam assim: ‘Todo mundo quer trabalhar aqui, então não precisamos tratar bem ninguém’. Isso, de certa forma, é repetido por outras emissoras. Há atores que já tiveram muita fama e são tratados como mendigos quando vão pedir trabalho”, disparou.
“A Globo acaba assumindo uma espécie de poder divino. Mas eles fazem isso para sua autoestima cair e você começar a aceitar qualquer coisa que eles oferecem. Abençoados são os que precisam da TV para viver”, finalizou o ator, que está afastado da TV desde 2010, quando participou da minissérie “A História de Ester” na Record.