Dono da Globo não aceitou fenômeno de Pantanal em outro canal: “Não é sucesso coisa nenhuma”

18/11/2022 às 20h30

Por: Renan Santos
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Fundador da Globo, Roberto Marinho não aceitou sucesso de Pantanal. (Foto: reprodução)

A Globo encerrou recentemente a exibição do remake de Pantanal, novela que conseguiu reerguer o horário nobre da emissora, que estava em baixa. Mais do que isso: a veiculação de Pantanal na Globo é algo emblemático, já que no passado, a novela impôs uma derrota histórica para o canal e causou um de seus maiores arrependimentos.

Para quem não sabe, Pantanal foi exibida originalmente pela extinta TV Manchete, em 1990, e foi um sucesso absoluto, como uma das raras produções que conseguiram derrotar a Globo em pleno horário nobre. A questão é que isso poderia ter sido evitado, já que a própria Globo teve a oportunidade de produzir a história primeiro.

Na época, o autor Benedito Ruy Barbosa levou a sinopse do folhetim ao canal carioca, mas contou que os diretores “nem quiseram ler” o projeto. Logo depois, ele apresentou a trama à Manchete, que investiu na sua produção.

Dono da Globo não aceitou sucesso de Pantanal na Manchete

Pantanal se tornou um verdadeiro fenômeno de audiência na TV brasileira. Na época, no entanto, Roberto Marinho (1904-2003), o então dono e fundador da Globo, se recusava a aceitar o sucesso da novela na concorrência, e tentava encontrar diversas justificativas para minimizar a derrota que vinha sendo imposta ao canal.

“A novela não é essa estrela que a Manchete diz ter acendido”, afirmou o empresário em entrevista na época. “Ela não é um sucesso absoluto coisa nenhuma, pois para conseguir sucesso real seria preciso colocar no ar uma novela no mesmo horário das da Globo e vencê-las”, disparou Roberto.

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Globo se arrependeu de não ter produzido a novela antes

Em recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o então mandachuva da Globo, admitiu que “foi um erro” não aprovar o projeto, mas culpou o diretor Herval Rossano por isso.

“Chamei o Daniel Filho, que era responsável pelas novelas, e ele mandou o Herval ao Pantanal. Herval disse que era época de cheias. Fizemos outras tentativas depois, mas ele mantinha a informação de que a produção teria um custo inestimável. Ele apresentou um orçamento inviável, e as gravações demandariam uma semana de produção para cada capítulo em uma época em que a gente conseguia gravar três capítulos no mesmo tempo”, explicou.

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