Estrela da Globo ameaçou se demitir após romance lésbico ser barrado em novela e expôs o que ninguém sabia
15/02/2023 às 14h00
Silvio de Abreu enfrentou problemas com a novela Torre de Babel após a Globo vetar romance lésbico
A novela Torre de Babel chegou ao fim há 24 anos, mas ainda é lembrada pelo impacto que causou na época. Escrita por Silvio de Abreu e exibida na Globo, a trama abordou temas controversos como drogas, violência e infidelidade conjugal. No entanto, foi o relacionamento entre Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) que mais chocou o público.
O romance homoafetivo gerou uma onda de rejeição e protestos, o que levou o autor a mudar o rumo da história. Abreu havia previsto uma explosão no shopping, na qual Rafaela morreria e Leila sobreviveria. A ideia era explorar o preconceito em relação à amizade entre heterossexuais e homossexuais, com Leila se aproximando de Marta (Glória Menezes).
No entanto, boatos de um romance entre Leila e Marta deram errado e causaram ainda mais indignação. Para evitar uma rejeição ainda maior, Abreu decidiu incluir os personagens não aceitos na explosão. Além de Leila e Rafaela, também morreu Guilherme (Marcello Antony), o dependente químico.
Autor ameaçou pedir demissão
“A história da explosão do shopping não foi criada para melhorar a audiência, isso é mentira”, rebateu Abreu em uma entrevista. “A história começou a ficar sem sentido, pois cada vez que aparecia uma cena com as personagens lésbicas ou cenas de violência, elas eram cortadas”.
Abreu afirmou ter tentado pedir demissão, mas o elenco pediu para que ele não saísse e ele acabou continuando a escrever a trama. “Eu não podia continuar a história das lésbicas, então eu explodi esse casal junto, porque não queria separá-los”.
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Dezesseis anos depois, a novela Alto Astral homenageou Torre de Babel e incluiu uma referência à explosão. Silvia Pfeifer e Christiane Torloni estavam no elenco novamente, mas desta vez, o desfecho foi completamente diferente. Durante um incêndio, Christiane assegurou que as personagens não morreriam, dizendo: “Dessa vez, não”.
