Estrela da Globo abandonou as novelas e lutou com toda sua força contra a AIDS
27/06/2024 às 8h00
Artista que participou de vários sucessos na Globo, faleceu cedo demais após enfrentar durante alguns anos o vírus HIV
Na década de 1980 Rodolfo Bottino foi um galã das telenovelas brasileiras. Jovem, bonito, talentoso e com um jeito descontraído e despretensioso, ele encantou uma legião de fãs em sua breve, mas marcante carreira.
Após parar de atuar, investiu em uma nova e bem sucedida carreira de culinarista. Em suma, descendente de italianos, Rodolfo Bottino Júnior nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de fevereiro de 1959.
O artista formou-se em engenharia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mas nunca exerceu a profissão, pois ainda na faculdade começou a atuar em produções universitárias, e acabou profissionalizando-se, estreando nos palcos profissionalmente na peça “O Cordão Umbilical” (1981).
Então, em 1984, após frequentar a escola de atores da Globo, ele estreou na televisão, atuando na novela “Livre Para Voar” (1984), de Walter Negrão.
Nos anos seguintes, participou de “Ti Ti Ti” (1985) e “Roda de Fogo” (1986), mas ficou famoso após atuar na bem sucedida minissérie “Anos Dourados” (1986).
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O ator abandonou as novelas
Assim, nos anos seguintes Rodolfo emendou diversos trabalhos na televisão, atuando em “Bambolê” (1987), “Bebê a Bordo” (1988), “O Sexo dos Anjos” (1989), “Lua Cheia de Amor” (1990), “A, E, I, O… Urca” (1990), “O Sorriso do Lagarto” (1991), “Agosto” (1993), “Pátria Minha” (1994), e “Fim do Mundo” (1996).
Além de novelas e minisséries, também atuou em diversos programas “Você Decide”, e fez participações em programas e especiais para a televisão.
Entretanto, em 1993 estreou no cinema no filme “Menino de Engenho”, e no final da década de 1990 deixou a televisão.
Passando a atuar somente no cinema, onde fez “Tiradentes” (1999), “Benjamin” (2003), “Gregório de Mattos” (2003) e “O Homem do Futuro” (2011).
Também foi o apresentador do documentário “Pampulha ou a invenção do mar de Minas”, de Oswaldo Caldeira, lançado em 2005.
Dessa forma, apesar de ter abandonado as telenovelas, Rodolfo Bottino nunca abandonou a televisão. Inspirado pelo pai, ele descobriu a paixão pela cozinha aos cinco anos de idade.
Assim, nos tempos de teatro adorava cozinhar para os colegas de elenco. Enquanto ainda fazia novelas, o ator foi para à França, estudar gastronomia na tradicional escola Le Cordon Bléu, e entre 1986 e 1994 teve um restaurante no Rio de Janeiro, chamado “Madrugada”.
O artista amava culinária
Em síntese, após parar de atuar em novelas, passou a apresentar um programa que misturava culinária e entrevistas na televisão, exibido pelo canal Shoptime.
Também dava aulas de culinária e escreveu livros sobre o assunto. No teatro, misturou a paixão por cozinhar e atuar em peças como “Risotto” (2000) e “Medida Por Medida” (2009).
Em 2005 esboçou um breve retorno atuando na televisão, ao participar de um episódio da série “Mandrake”, produzida pela HBO.
Pouco depois, em 2009, durante uma entrevista ao jornal O Globo, revelou que era bissexual, e contraiu AIDS em algum momento durante o início dos anos de 1990.
Também revelou que na juventude lutou contra a anorexia nervosa, e que havia lutado contra um câncer de pulmão entre 2000 e 2006.
Por fim, morando em Salvador, Rodolfo Bottino faleceu vítima de uma embolia pulmonar, enquanto se preparava para uma cirurgia no quadril e no fêmur.
O ator e chef de cozinha tinha apenas 52 anos de idade quando morreu, em 11 de dezembro de 2011. Rodolfo Bottino era primo do também ator Alexandre Lippiani, que morreu em um acidente de carro em 1997.