Gloria Pires abriu o jogo sobre sua insatisfação com participação em novela da Globo e não poupa críticas ao autor. Saiba mais
No início da década de 1990, Gloria Pires consolidava-se como uma das atrizes mais talentosas e respeitadas da teledramaturgia brasileira, graças a performances memoráveis em produções como “Mulheres de Areia” e a minissérie “Memorial de Maria Moura”.
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Em meio a esse período de auge profissional, a filha do renomado Antônio Carlos Pires aceitou o desafio de integrar o elenco de “O Rei do Gado”, novela que prometia ser mais um marco em sua carreira.
Desafios em “O Rei do Gado”
Contrariando as expectativas, a experiência de Gloria Pires em “O Rei do Gado” não foi tão positiva quanto esperado.
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Em declarações ao jornal Estado de S. Paulo durante a exibição original da novela, a atriz expressou seu desconforto com a percepção do público sobre sua personagem, Marieta, e a dissonância entre a intenção do autor, a atuação e a recepção dos espectadores.
“Muita gente diz que estou má na novela. Não vejo nada de malvado na Marieta”, lamentou Gloria, evidenciando a complexidade em retratar uma personagem cujas camadas não eram plenamente exploradas, gerando uma recepção ambígua junto ao público.
Críticas ao processo criativo
Além das questões relacionadas à sua personagem, Gloria Pires apontou dificuldades no processo de produção da obra, criticando o curto prazo dado aos atores para memorizar os textos e a falta de desenvolvimento de certas tramas que pareciam promissoras. Esses aspectos contribuíram para um ambiente de trabalho desafiador, onde o potencial narrativo nem sempre era atingido.
Em “O Rei do Gado”, Gloria deu vida a Rafaela, que se passava por Marieta. A personagem, suposta sobrinha de Geremias Berdinazzi (interpretado por Raul Cortez), era um elo entre esta novela e “Mulheres de Areia”, onde Gloria e Cortez já haviam compartilhado o palco.
Expectativas X Realidade
A decisão de Gloria Pires de participar de “O Rei do Gado” baseou-se em sua experiência prévia com o autor Benedito Ruy Barbosa em “Cabocla”. A atriz tinha expectativas específicas sobre o desenvolvimento de sua personagem, baseadas nas discussões iniciais com o autor.
Entretanto, a realização da personagem divergiu significativamente dessas expectativas, gerando frustração. “Houve algum problema, porque ele não desenvolveu a personagem como havia falado”, refletiu Gloria em sua biografia, evidenciando a discrepância entre o prometido e o entregue.
Apesar das adversidades enfrentadas durante as gravações de “O Rei do Gado”, Gloria Pires manteve seu compromisso e levou sua atuação até o fim da trama com o profissionalismo que lhe é característico.
