Jô Soares se uniu a Silvio Santos em ataque à Globo por veto de artistas: “Precisam do dinheiro”

11/11/2022 às 19h00

Por: Renan Santos
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Silvio Santos e Jô Soares já declararam guerra à Globo. (Foto: Reprodução)

Atualmente, as grandes emissoras do país travam uma disputa mais branda e civilizada pela audiência e por anunciantes, mas já houve fases na história da televisão brasileira que guerras foram declaradas, inclusive, publicamente. Um desses casos ocorreu no fim dos anos 1980, e envolveu dois grandes nomes da TV: Jô Soares e Silvio Santos, que entraram em rota de colisão contra a Globo.

Acontece que, na década de 1980, a emissora carioca passou a vetar a veiculação de anúncios publicitários estrelados por artistas da concorrência, especialmente aqueles que deixaram o canal. O primeiro caso notório ocorreu com Sérgio Chapelin, que foi contratado pelo SBT em 1983, depois de anos apresentando os principais telejornais da Globo.

Apesar de ter um salário muito maior na emissora de Silvio Santos, o apresentador reclamou com o dono da emissora de que não conseguia fazer muitos comerciais, já que eles eram barrados pelo seu antigo canal, o que fazia seus ganhos mensais serem praticamente os mesmos de antes.

O problema é que a Globo dominava o ranking de audiência, o que fazia muitas marcas temerem investir em comerciais com artistas de outras emissoras, sabendo que esses comerciais não seriam exibidos pela maior emissora do país.

Jô Soares e Silvio Santos no Troféu Imprensa. (Foto: Reprodução)

Jô Soares e Silvio Santos no Troféu Imprensa. (Foto: Reprodução)

Jô Soares se uniu a Silvio Santos em guerra contra a Globo

Em 1987, Silvio Santos fez uma investida para tirar outra estrela da Globo: Jô Soares, que passou a comandar o talk show Jô Soares Onze e Meia. O apresentador, no entanto, passou a sofrer com o mesmo problema, e durante um discurso no Troféu Imprensa de 1988, ele fez um longo desabafo contra sua antiga emissora por essa atitude, ganhando o apoio de Silvio.

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Ainda em 1988, durante o Show de Calouros, foi a vez do próprio Silvio Santos desabafar contra o veto da Globo a comerciais estrelados por famosos do SBT e de outros canais. O apresentador chegou a citar o próprio caso de Chapelin e se dirigiu diretamente a Roberto Marinho, fundador da emissora carioca.

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“Será que o senhor não vai convencer os seus diretores a deixar qualquer artista fazer comerciais na Globo quando o artista quer sair e recebe uma oferta da Bandeirantes, da Manchete, da Record, do SBT”, disparou o dono do Baú. “A nossa luta é pela sobrevivência. O senhor não precisa mais de dinheiro, tenho certeza, eu também não. Mas os nossos funcionários precisam do dinheiro”, completou.

A pressão acabou surtindo efeito. Nos anos 1990, comerciais do próprio Jô Soares já estavam liberados para serem veiculados na Globo. Em 2003, por exemplo, ocorreu até um caso emblemático, no qual Faustão e Gugu, grandes concorrentes, dividiram a tela em uma ação comercial da Nestlé.

É claro que essa decisão da emissora carioca ao ceder à veiculação de comerciais com artistas concorrentes se deve também à crise econômica, na qual o canal não pode se dar ao luxo de rejeitar muitos anúncios de empresas como ocorria antes.

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