Veio à tona: O triste motivo por trás de novelas dos anos 70 e 80 da Globo não serem reprisadas

22/03/2024 às 21h23

Por: Bruna Alves
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Bete Mendes e Buza Ferraz em O Rebu (Foto: reprodução/Globo)

A Globo resolveu disponibilizar ao público os poucos capítulos que restaram de novelas dos anos 1970 e 1980

Numa decisão bastante louvável, a Globo resolveu trazer ao público os escassos capítulos que restaram de novelas dos anos 1970 e 1980 – algumas delas icônicas.

Trata-se do projeto Fragmentos, do Globoplay, que vai reintroduzir 28 tramas para que o público possa experimentar, no mínimo, um gostinho de quero mais.

Nesta segunda (22), foram incluídas na plataforma cenas de O Rebu (1974), Estúpido Cupido (1976), Chega Mais (1980) e Coração Alado (1980).

Nos próximos meses, outras produções passarão pelo mesmo procedimento, e aí se espera a recuperação de muitas outras novelas que desapareceram para sempre.

O Rebu tem apenas dois capítulos – o início e o desfecho; Estúpido Cupido conta com seis, incluindo os dois primeiros, filmados em preto e branco, e os dois últimos, filmados a cores (1, 2, 80, 81, 159 e 160); a esquecida Chega

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Mais também possui seis (1, 2, 79, 80, 157 e 158), e Coração Alado, envolta numa polêmica cena de autossatisfação da personagem Catucha, vivida por Débora Duarte, igualmente contou com seis episódios disponibilizados (1, 2, 92, 93, 184 e 185).

Ao mesmo tempo em que muitos celebraram a decisão da emissora, outros tantos fizeram críticas nas redes sociais. Mas antes de acusar a Globo de negligência, é preciso compreender as questionáveis condições da época.

Algumas novelas dos primeiros anos da Globo até foram reprisadas em seguida, mas não sobreviveram aos dois sérios incêndios ocorridos na década de 1970 – muitos deles, criminosos. Programas e noticiários também sofreram com isso.

O motivo mais comum para a perda de novelas é a simples reutilização das fitas onde elas eram gravadas, por mais absurdo que isso possa parecer.

Françoise Forton em Estúpido Cupido
Françoise Forton em Estúpido Cupido (Foto: reprodução/Globo)

A emissora não tinha muitos recursos financeiros

O videotape acabou utilizado nos EUA, pela primeira vez, em 1951 – mesmo assim, muitos programas ainda continuaram sendo gravados usando uma técnica rudimentar, chamada cinescópio.

Por aqui, demorou mais ainda. O primeiro programa a utilizar o videotape teria sido o Chico Anysio Show, da TV Rio, em 1960.

O que possibilitou que o humorista contracenasse consigo mesmo e outras possibilidades de cenas que caíram no gosto do público.

Mas essa “brincadeira” tinha um alto custo. A Globo, por exemplo, ainda não nadava em dinheiro nos primeiros anos dos anos 1970 (como a história de que Silvio Santos emprestava dinheiro para que Roberto Marinho fechasse as contas do mês).

Outros canais, como Tupi e Record, enfrentavam o mesmo problema. Então, adquirir e armazenar centenas de fitas de videotape importadas e custosas não era viável, infelizmente.

Nesse processo, nem se pode usar como desculpa que novelas que não obtiveram grande sucesso acabaram descartadas, visto que Estúpido Cupido fez muito sucesso.

Assim, podia criar um resumo, poderia-se arranjar mais fitas, pensar em mil alternativas. Mas o mais fácil era, simplesmente, ignorar quando se produzia uma nova novela.

O mesmo acontecia com programas, como o Cassino do Chacrinha (1982-1988), que tem poucas edições preservadas.

Uma novela fracassada, então, abandonada sem piedade, como a famigerada O Amor é Nosso (1981), um dos maiores fracassos da história da emissora, da qual restam apenas chamadas.

Felizmente, essa mentalidade começou a mudar no final dos anos 1970 – mesmo assim, a Globo ainda perdeu algumas novelas.

Podemos afirmar, seguramente, que somente na metade dos anos 1980 que a emissora percebeu (ou tinha recursos suficientes) para guardar tudo que produzia. Celebre a possibilidade de desfrutar do pouco que está disponível.

Cassino do Chacrinha
Cassino do Chacrinha (Foto: reprodução/Globo)

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Eu sou Bruna Alves, redatora de notícias da televisão e celebridades desde 2016, com passagens em alguns sites da área ao logo desse tempo. No FATOS DA TV, trago notícias com credibilidade e responsabilidade aos leitores, relembrando acontecimentos passados da TV e dos famosos, mas também deixando os leitores atualizados com assuntos da atualidade.

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