Novela da Globo divulgou telefone de família em rede nacional e gerou caos com ligações

16/01/2023 às 20h30

Por: Renan Santos
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Fera Radical foi exibida pela Globo. (Foto: reprodução)

Algumas vezes, as novelas podem cometer gafes que geram muita dor de cabeça, principalmente pelo alcance e repercussão que possuem. E uma dessas gafes, que ocorreu na novela da Globo Fera Radical (1988), acabou infernizando a vida de uma família que vivia no Rio de Janeiro.

Na trama escrita por Walther Negrão, a personagem Ana Paula, vivida por Cláudia Abreu, acabava sendo sequestrada por Vitor (Reinaldo Gonzaga). Em uma cena, o homem pede o número do telefone da sua casa e ela responde: 322-0001.

Para a Globo e o autor que escreveu a cena, esse seria apenas um número aleatório, que talvez nem pudesse existir. O problema é que ele existia, e pertencia à família do empresário Janko Predovic. Mesmo em uma época na qual telefones residenciais eram raros, a família passou a ser atormentada por centenas de chamadas indesejadas de curiosos, que desejavam falar com algum membro da “família Flores” (família da personagem de Cláudia Abreu) ou até mesmo com a protagonista Cláudia, vivida por Malu Mader.

Ana Paula, personagem vivida por Cláudia Abreu em Fera Radical. (Foto: reprodução)
Ana Paula, personagem vivida por Cláudia Abreu em Fera Radical. (Foto: reprodução)

Família se revoltou com a Globo

Janko Predovic chegou a demonstrar revolta com a Globo, acusando a emissora de “abuso”. A sua esposa, Doli Predovic, também deu entrevistas na época indignada com o incômodo causado através da novela, e acusando o canal de ser “protegido” pela lei em virtude do seu poder, alegando que, em outros lugares do mundo, isso seria considerado um crime.

A Globo, por sua vez, se viu em uma tremenda saia justa por enfrentar uma situação inusitada, mas se defendia, afirmando que o número foi escolhido de forma aleatória e não poderia saber que ele realmente existia e pertencia à família. Os Predovic chegaram a contratar um advogado da própria emissora, que afirmou se tratar apenas de uma “febre”, e que eles tivessem “paciência”, que “logo iria passar”.

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